segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Tipos de Sarna em Cães: Demodécica, Sarcóptica e Otodécica

A sarna em cães é uma das doenças de pele mais comuns e incômodas. Ela é causada por diferentes espécies de ácaros que se instalam na pele ou nos ouvidos do animal, provocando coceira intensa, descamação, feridas e queda de pelos.

Existem três tipos principais de sarna em cães: demodécica, sarcóptica e otodécica. Apesar de apresentarem sinais semelhantes, cada uma tem causas, evolução e tratamento específicos.



1. Sarna Demodécica

  • Ácaro causador: Demodex canis
  • Transmissão: não é considerada contagiosa; geralmente associada a fatores genéticos e baixa imunidade.
  • Sintomas: queda de pelos localizada (sem coceira intensa no início), pele avermelhada e descamativa. Pode evoluir para forma generalizada, mais grave.
  • Tratamento: depende do grau; pode incluir medicações tópicas ou orais, reforço imunológico e acompanhamento veterinário frequente.


2. Sarna Sarcóptica

  • Ácaro causador: Sarcoptes scabiei var. canis
  • Transmissão: altamente contagiosa entre cães e pode afetar humanos de forma temporária (zoonose).
  • Sintomas: coceira intensa, vermelhidão, crostas e feridas, principalmente em regiões de orelhas, cotovelos e abdômen.
  • Tratamento: uso de antiparasitários sistêmicos e tópicos, controle do ambiente e tratamento simultâneo de todos os animais em contato.


3. Sarna Otodécica

  • Ácaro causador: Otodectes cynotis
  • Transmissão: contagiosa entre cães e gatos, especialmente em filhotes.
  • Sintomas: coceira intensa nas orelhas, secreção escura com aspecto de “borra de café”, mau odor e dor.
  • Tratamento: limpeza auricular, uso de medicamentos tópicos ou sistêmicos indicados pelo veterinário e tratamento de todos os animais em contato.

Tabela comparativa: tipos de sarna em cães

Tipo de Sarna Ácaro causador Contagiosa? Principais sinais clínicos Tratamento
Demodécica Demodex canis Não Queda de pelo, pele avermelhada, descamação Medicação tópica/oral + suporte imunológico
Sarcóptica Sarcoptes scabiei Sim (inclusive zoonose) Coceira intensa, crostas, feridas Antiparasitários + controle ambiental
Otodécica Otodectes cynotis Sim Coceira nas orelhas, secreção escura, odor Limpeza auricular + medicação tópica/sistêmica

Diferenças importantes entre as sarnas

  • Contágio: apenas a sarcóptica e a otodécica são transmissíveis.
  • Localização: a demodécica afeta a pele em geral; a sarcóptica provoca lesões em pontos específicos; e a otodécica se restringe ao ouvido.
  • Gravidade: todas podem causar sofrimento intenso, mas a demodécica generalizada e a sarcóptica mal tratada podem comprometer seriamente a saúde do cão.

Prevenção

  • Manter a imunidade do cão fortalecida (boa nutrição, vermifugação e vacinação em dia).
  • Evitar contato com animais infectados.
  • Realizar check-ups veterinários regulares.

Identificar corretamente o tipo de sarna é essencial para que o tratamento seja eficaz. Nunca utilize receitas caseiras ou medicações sem orientação — apenas o veterinário pode indicar o protocolo adequado.


terça-feira, 12 de agosto de 2025

Diarreia em Filhotes de Cachorro: Por Que é Mais Perigoso

A diarreia em filhotes de cachorro não é apenas um desconforto — é um sinal de alerta que exige atenção imediata. Diferente dos cães adultos, os filhotes têm menor reserva de líquidos e sistema imunológico ainda em desenvolvimento, o que aumenta o risco de desidratação rápida e complicações graves.

Por que a diarreia é mais perigosa em filhotes

A perda de líquidos e eletrólitos causada pela diarreia acontece de forma muito mais rápida nos filhotes. Em poucas horas, o quadro pode evoluir para desidratação grave, levando a fraqueza extrema, queda de temperatura e até risco de morte se não houver intervenção.

Além disso, o sistema imunológico ainda imaturo dificulta a recuperação, tornando-os mais suscetíveis a infecções e complicações.


Principais causas de diarreia em filhotes

  • Doenças virais – como parvovirose e cinomose, que podem ser fatais.
  • Verminoses – infestação por parasitas intestinais como Ancylostoma e Toxocara.
  • Alimentação inadequada – troca brusca de ração ou ingestão de alimentos impróprios.
  • Infecções bacterianas – como Salmonella e Escherichia coli.
  • Estresse e mudanças ambientais – viagens, adoção recente ou separação da mãe.

Sinais de alerta

Procure atendimento veterinário imediato se o filhote apresentar:

  • Diarreia com sangue ou muco
  • Vômitos frequentes
  • Fraqueza ou apatia
  • Perda de apetite
  • Febre

O que fazer ao perceber a diarreia

  1. Não espere passar sozinho – filhotes podem piorar rapidamente.
  2. Mantenha água fresca disponível – mas não force a ingestão.
  3. Evite remédios caseiros – eles podem agravar o quadro.
  4. Leve ao veterinário o quanto antes para diagnóstico e tratamento corretos.

Prevenção

  • Cumprir o protocolo de vacinação
  • Vermifugação regular
  • Alimentação adequada para filhotes
  • Higiene do ambiente e utensílios

Conclusão:
A diarreia em filhotes é sempre um motivo para ligar o alerta. Quanto mais rápido for o atendimento veterinário, maiores as chances de recuperação sem sequelas.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Dose de Ivermectina para Cachorro: Por Que Só o Veterinário Pode Indicar

A ivermectina é um medicamento muito conhecido no controle de parasitas, mas o seu uso em cães exige extrema cautela. Apesar de ser eficaz contra diversos vermes e alguns ectoparasitas, a dose de ivermectina para cachorro não é única, e o risco de efeitos colaterais graves é real.

Neste artigo, vamos explicar por que somente o veterinário pode prescrever a ivermectina, quais são os riscos do uso inadequado e quais alternativas seguras existem.


O que é a ivermectina e para que serve?

A ivermectina é um antiparasitário da classe das avermectinas, usado para tratar ou prevenir:

  • Sarna demodécica e sarna sarcóptica
  • Infestação por piolhos e ácaros de ouvido
  • Algumas verminoses gastrointestinais
  • Prevenção de dirofilariose (verme do coração)

Apesar disso, o uso em cães não segue um padrão fixo de dose. A quantidade varia conforme:

  • Peso do animal
  • Espécie e idade
  • Condição de saúde
  • Parasita que se deseja combater
  • Raça e predisposição genética à intoxicação

Riscos e toxicidade da ivermectina

O principal perigo está no risco de intoxicação neurológica, que pode levar até à morte. Isso ocorre porque a ivermectina, em excesso ou em cães sensíveis, atravessa a barreira hematoencefálica e afeta o sistema nervoso central.

Alguns sinais de intoxicação incluem:

  • Salivação excessiva
  • Fraqueza
  • Descoordenação motora
  • Tremores
  • Convulsões
  • Coma

Raças mais sensíveis à ivermectina

Cães que carregam mutação no gene MDR1 são muito mais suscetíveis à intoxicação. Algumas raças e cruzamentos que podem ter essa mutação:

  • Collie
  • Pastor de Shetland
  • Pastor Australiano
  • Old English Sheepdog
  • Border Collie
  • Whippet de pelo comprido

Um teste genético pode identificar a mutação e prevenir acidentes.


Por que só o veterinário pode indicar a dose

  • A dose varia conforme o objetivo (tratamento ou prevenção)
  • É preciso avaliar o histórico de saúde do animal
  • Alguns casos exigem monitoramento clínico e exames
  • A ivermectina interage com outros medicamentos
  • O veterinário pode indicar alternativas mais seguras para o seu cão

Alternativas à ivermectina

Dependendo do parasita, existem outras opções:

  • Selamectina
  • Moxidectina
  • Milbemicina oxima
  • Tratamentos tópicos combinados

Essas opções podem ser mais seguras em cães sensíveis.


Conclusão

A ivermectina é uma ferramenta útil na medicina veterinária, mas não deve ser usada sem orientação profissional. O cálculo da dose errada ou o uso em raças sensíveis pode trazer consequências sérias.

Jamais administre ivermectina ao seu cão por conta própria. Em caso de suspeita de infestação parasitária, procure um médico-veterinário para diagnóstico e tratamento seguros.